terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

SONHO

Sonhei com um anjo esta noite
Ele estava no céu a olhar para mim
Eu já sonhei com esse anjo outras noites
Dizendo que tudo chegava ao fim

Eu não gosto de sonhar com esse anjo
Parece-me um aviso
De coisa ruim chegando
Eu sinto como minha punição
Pois somente eu o vejo e o mundo todo não

Aos poucos o anjo foi desaparecendo
Sob as nuvens daquele céu acinzentado
E a escuridão chegou rápido
Uma coisa o anjo fez diferente, fora do normal
Dessa vez ele me deu tchau

Quando a noite veio em pleno dia
Eu vi muitas contradições
Falta de comida com mesa cheia
Vi mulher virando bicho no meio da aldeia
E o medo nos olhos de uma criança

Eu fiquei ali olhando para o céu escuro
Sem dizer uma só palavra
Percebi alguém me olhando
Como a espera de um fim inevitável
O de morrer ali do meu lado

Ao acordar lembrei-me do sonho
E de já ter visto aquele anjo
Lembrei do medo que ele me dava
Das noites que passava acordada

Lembrei do medo dos sonhos anteriores
E do sonho de hoje
Eu se que ele quis me dizer algo
E por isso vira de novo.

Autora: Joci Borges

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Apelo

São tantas palavras torpes;
Momentos desperdiçados;
Fica tudo embaralhado;
E inevitável não julgar e não ser julgado;

É tanta linguagem insana;
Pessoas não se entendem mais;
Muitas bocas se expressam tanto;
Ao ponto de falar demais;

Faz tempo que ando faminta;
Por uma conversa interessante;
Faz tempo que não escuto algo
Realmente surpreendente;

Falta cultura para essa gente;
Desperdiçam o dom que lhes foi dado;
Não usam de inteligência e aprendizado;
Apenas palavreados chulos e de pouco grado;

Coitado desse povo pobre;
Sem mentalidade para aprender;
Pobres de espírito e de proza;
Não sabem como ser humanos;
Quem dirá viver!

Autora: Joci Borges

Apreciação

Nada preciso alem de alguns meros elogios;
Ou o olhar critico daquela menininha;
A quem busco minha inspiração;
Nada alem dessa simples razão;

Ela mesma! aquela bonequinha;
De vestido amarelo de casinha;
Cabelos cacheados bem loirinha;
O motivo de toda minha expressão;

Não busco grandes holofotes;
Nem tampouco deboches ;
Apenas o elogio ;
Da menina de vestido de casinha;

Talvez seja um pedido de desculpas;
Ou o demonstrar de muito amor;
Como aquele que de criança;
Não consegui expor;

Mais ela é a inspiração;
Desde o escrever ao violão;
O falar direito, sempre com sua correção;
Menina malvada;
Ovelha negra disfarçada;
Minha irmã de sangue e coração.

Autora: Joci Borges

domingo, 12 de janeiro de 2014

Ilusão

Não se iluda criança;
No fundo sempre será usada;
E cedo ou tarde ouvira;
Que não serve para nada;

Mais poderá escolher;
Sempre terá alternativa;
Pode decidir ficar amarga;
Ou continuar sua vida;

Você pode até se vender;
O mundo tem mercado para tudo;
Você pode vender a sua alma;
Ou ficar fria para o mundo;

Você pode dormir a vida toda;
Debaixo da sombra de alguém;
Ou erguer a cabeça;
E não precisar de ninguém;

Vai chegar o momento;
Em que notarão;
Que você não se vende;
E que manda em seu coração;

Mais o orgulho será sua maldição;
Ele ira te aprisionar;
E te ensinará;
Apenas a dizer não;

Autora: Joci Borges