Deveria eu ser punida,
Pelos traços que me
ferem a pele?
Ou apenas servem eles
de abrigo,
Para o mais profundo
sentimento de minha ira?
Deveria eu sentir as
apunhaladas,
Dessas mal expressas palavras,
Ou será que estou
simplesmente
A mercê do erro e do
desejo
Do momento.
Será eu a porta de
acesso ao abismo;
A divisa entre bem e
mal;
A passagem entre devaneio
e realidade,
Ou será que ainda
prevalece meu coração;
Será que conta meu
sentimento;
Será que eu ainda sou
passível de perdão?
Será que esses rabiscos,
Estão em forma de
feitiço.
Será eu a mais
explicita face de loucura
Ou será que sou das
loucuras a mais serena.
Da serenidade a mais
louca.
Ouço palavras,
murmúrios e gritos;
Mais estou no mais
profundo silencio;
A loucura fere-me a
alma;
A serenidade faz-me ver
o momento;
De angustia eu
morreria;
Se não fosse essa
duvida que prende.
Autora: Joci Borges