sexta-feira, 19 de julho de 2013

INCERTEZA

Deveria eu ser punida,
Pelos traços que me ferem a pele?
Ou apenas servem eles de abrigo,
Para o mais profundo sentimento de minha ira?

Deveria eu sentir as apunhaladas,
Dessas mal expressas palavras,
Ou será que estou simplesmente
A mercê do erro e do desejo
Do momento.

Será eu a porta de acesso ao abismo;
A divisa entre bem e mal;
A passagem entre devaneio e realidade,
Ou será que ainda prevalece meu coração;
Será que conta meu sentimento;
Será que eu ainda sou passível de perdão?


Será que esses rabiscos,
Estão em forma de feitiço.
Será eu a mais explicita face de loucura
Ou será que sou das loucuras a mais serena.
Da serenidade a mais louca.

Ouço palavras, murmúrios e gritos;
Mais estou no mais profundo silencio;
A loucura fere-me a alma;
A serenidade faz-me ver o momento;
De angustia eu morreria;
Se não fosse essa duvida que prende.

Autora: Joci Borges



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