Tenho alguns pequenos lapsos
de memória de minha infância; acho que eu deveria ter uns três ou quatro anos
de idade; havia uma casa de madeira, que por sinal eu me lembro da sua
construção e foi meu pai que a fez, eu sei disso porque eu brincava com os pedaços
das madeiras recortadas das taboas e dos caibros que foi usada para fazê-la;
não lembro se havia alguém ali brincando comigo, mais eu me lembro dessa casa, lembro-me
do mato que a cercava, e detalhe, era uma mata densa, e era ali onde meu pai
trabalhava a cortar arvores, eu caminhava naquele mato, brincava naquelas
arvores caídas, eu ate pegava gravetos e casca de arvores seca para minha mãe
fazer fogo;, a luz era apenas pavio aceso, dormíamos em camas simples com
colchões feitos de palha de milho, mais para mim era tudo perfeito, afinal
criança não vê dificuldade em nada!
Lembranças adormecidas;
Recordações maravilhosas;
Deve ser aquela casa de madeira velha;
Deve ser seu assoalho branquinho;
Que lavamos todos os sábados com uma escovinha.
Ou será que e família toda reunida,
a família toda aquecida;
Em volta de um fogão de barro.
Deve ser as brincadeiras em troncos de arvores;
Ou apenas a sensação que a infância nos traz;
Ou será da boneca de pano;
Que minha irmãzinha ganhou;
Aquela que maldosamente meu mano
o cabelo arrancou;
Não sei,
Não havia medo lá;
Não tinha problemas;
Era tudo perfeito;
Sem luz, sem cor, mais com muito amor.
.
Deve ser aquela cama de palha;
Ou será o cheiro do orvalho;
Talvez aquela caixa de madeira;
Onde guardávamos a lenha,
toda pintada de azul.
Deve ser o leite fervendo no fogão;
Ou apenas o cheiro daquele chão;
Deve ser as historias que ouvia;
Do que o lobo mal fazia;
Com as crianças de mau coração.
Deve ser a falta de foto,
que deixa todo esse fato;
Mais interessante a quem lê;
E assim os faz entender;
Como recordar é viver!
autora: Joci Borges
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