domingo, 25 de agosto de 2013

Verdade

Na verdade meu caro;
Não sou de leves afagos;
Não sou de breves abraços;
Meus ombros não servem a mãos pesadas demais;
E não são apenas alguns beijos que me satisfaz;

Na verdade meu caro;
Sou amante de coisas boas;
De historias de verdade;
De amores incalculáveis;
De livros bem escritos;
Pois com bons olhos eu me vejo;
E de boa mesa me sacio;
E não é pouca coisa que me satisfaz;

Tornei-me uma boa interprete;
Da minha própria historia
E de pessoas difíceis até demais;
Vislumbro apenas ao que os olhos me enchem
Ao que meu corpo atrai
E ao que minha boca saliva
O resto?
Resto para mim é apenas resto
E resto vai para o lixo;
Pois ate onde eu vivi
Se tem algo que aprendi
Foi a ser má também


Autora: Joci Borges 

MUNDANO

Que mundo mais imundo;
Cheio de desgraça;
De gente sem graça;
E de pouca raça.

Gente que não sabe ser gente;
E outras que são ofensas aos bichos;
Gente sem classificação;
Sem educação;
Gente sem noção;
Gente sem percepção.

Que mundo louco é esse?
Que só tem gente insana;
Se fazendo de bacana;
Gente sem amor;
Sem nenhum pudor;
Sem temor;
De morrer a toa!



Autora: Joci Borges

Julgamento

Rogo-lhe que não me envolva em trambiques;
Em falsas palavras e chiliques;
Peço-lhe que não me ludibrie;
Que não me desvie;
Que não roube o meu momento.

Não me encha de elogios;
De lisonjas e beijinhos;
Pois nem tudo que ouço são verdades;
E nem tudo que vejo acredito.

Anseio apenas pelo seu bom caráter,
E te peço apenas a verdade.

Deixo o julgamento;
Para quem é apto a julgar-te;
Quem sou eu se não apenas um joguete;
Ou será o premio do momento?


Tenho a aspereza ao falar;
Leveza ao sentir;
E destreza ao sair.
Sou apenas aquela moça;
Que sorriu e acreditou;
Que viveu e aproveitou;
E ao teu lado ficou;
Mesmo que apenas;
Por um momento!



Autora: Joci Borges

Ira

A revolta chega como temporal;
Transforma momento torpe em fatal;
Muda o semblante;
E em instantes;
Nada vejo nada ouço;
Além do ranger dos dentes.

Ódio toma conta, invade e transforma;
Menina doce então ensoberbece;
Reflexos de ira transparecem;
São como raios e trovões;
Que clareiam e escurecem;
É um frenesi descontrolado;
Mais esse é meu outro lado;


A agonia transformada naquele momento;
Toma conta;
E como um simples enlace envolve o corpo;
Estremece a pele;
Ouriçam os pelos;
O grito é o que impede;
Que o surto tome conta do momento;

Volta à realidade;
Uma pena;
Pois matei muita gente em pensamento!

E o que não me remete a loucura;
E apenas uma divisa bem pequena;
De um corpo que às vezes julgo estranho;
Às vezes um tanto medonho;
Porém totalmente necessário!



Autora: Joci Borges